quarta-feira, 19 de junho de 2019

Um Dia Especial na CCMQ com UNAPI e Pet-Eduacação.


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CCMQ: Dia especial com pessoas especiais

Cinara Tonello Postringer


           
No dia 05 de junho de 2019, uma quarta-feira de sol e temperatura agradável, realizamos um passeio – uma viagem cultural à Porto Alegre de Mario Quintana –. Eu, os alunos da UNAPI – meus novos amigos da terceira idade –, juntamente com a professora Cristina Rosa, minha orientadora e amiga, alguns colegas PET Educação (Alisson, Débora e Mariana) e Ieda, minha companheira de trabalho e leitura se fizeram presentes.
Nesse dia, vivi momentos particulares, difíceis de serem externados. O olhar de cada um demonstrava as emoções e as experiências vividas.
Na noite anterior, quase não dormi, com medo de perder a hora. Acordava de hora em hora e averiguava. Finalmente, às 4 horas da madrugada, chegou a hora de me arrumar. Depois, pegar a lista de chamada, números de telefones para contato, em caso de alguma necessidade e, pronta, rumei ao Museu do Doce, o ponto de encontro e saída de todos.
Chegada à hora de partida, todos a bordo.
Ainda estava noite e frio. Todavia, isso era apenas um detalhe, pois a vontade de conhecer a Casa de Cultura Mario Quintana era tão grande que todo o resto passou despercebido. A preocupação e a responsabilidade para que todos estivessem bem e confortáveis era grande, pois são pessoas especiais e precisam de carinho e atenção. Assim, conferi se todos estavam lá, através da chamada.
Próxima parada foi o Paradouro em Cristal para o café. Depois, só Porto Alegre.
Quase chegando, a ponte levadiça do Rio Guaíba se ergue para a passagem de lindos navios e ocasiona um atraso de meia hora em nosso itinerário.
Na CCMQ, a guia Maria Helena estava a nossa espera. A chegada foi rápida, o motorista do ônibus era atencioso com todos, sempre auxiliando os passageiros no embarque e desembarque. A imagem de um grande prédio rosado com uma espécie de ponte ligando as alas por cima de uma rua, com um teto abobadado em uma das torres, detalhes arquitetônicos incríveis antes vistos apenas por fotos, se apresentou para nós.
Na entrada, a emoção aumenta.
A guia dá início à narrativa sobre o prédio, construído com o intuito de obter renda familiar. Na época, não imaginavam que, futuramente, poderia ser a casa de um homem que passou, ao longo da vida, por algumas dificuldades financeiras, mas veio a se tornar um renomado poeta.
O hotel Majestic foi construído em 1916 no centro cultural da capital do Estado do RS. Teve seu auge nos anos 30, 40 e 50 dos século XX. Tempos depois, se tornou a casa do poeta. Depois de sua morte, transformou-se na CCMQ. Nela, observamos o cuidado com a preservação dos seus poemas, expostos em todas as partes, seu quarto, a bengala e outros objetos expostos. A casa é toda Mário Quintana.
Por volta das 12 horas e trinta minutos, a fome bateu. Nos deslocamos para almoçar em um lugar lindo, na Orla do Rio Guaíba, mais um lugar turístico da cidade. Já estavam a nossa espera.
Depois do rico almoço, fomos para a UFRGS conhecer a UNAPI, onde passamos o resto do dia, passeando e participando de Seminários, Palestras, aulas e uma Oficina de Fotografia.
Ao fim do dia, hora de voltar.
A sensação de tarefa cumprida e o gostinho de quero mais tomou conta de mim.
Encerro aqui o meu memorial, como lembrança um trechinho de um dos poemas que mais me emocionou no dia.
O Mapa
Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...

(E nem que fosse o meu corpo!)...


Roteiro na CCMQ


O Passeio Guiado ocorreu em duas horas e teve como pontos chave a história Casa de Cultura Mario Quintana, um dos maiores e melhor aparelhado Centro Cultural da cidade de Porto Alegre. Originalmente Hotel Majestic, no auge entre aos anos 1930 e 1950, é um prédio histórico brasileiro de estilo arquitetônico eclético, projetado pelo Arquiteto Theodor Wiederspahn. Localiza-se entre a Rua dos Andradas e a Avenida Sete de Setembro, unidas pela Travessa dos Cataventos, no Centro Histórico de Porto Alegre.
Declamação de Poesia
Logo depois, no Mezanino, ouvimos poesia e dados biográficos de Mario Quintana. A seguir, nos dirigimos ao Jardim Lutzenbeguer, à Oficina de arte Sapato Florido, ao Espaço da Discoteca Público Natho Nenn e à Biblioteca Lucília Minssen, sempre acompanhados da guia Maria Helena, que intercalava informações com poesia da melhor qualidade. O Quarto do Poeta e o Acervo Elis Regina foram momentos emocionantes vividos por todos. Ao fim do passeio guiado, uma certeza: para se tornar íntimo da CCMQ, é preciso retornar mais vezes.


Quem é guia Maria Helena Ramalho?


Para responder a pergunta, nada melhor que ler um pequeno texto enviado por ela, alguns dias antes da viagem. Convidada a se apresentar aos alunos de literatura, a poeta e estudiosa de Mario Quintana escreveu:
“Olá, professora Cristina. Comecei minha vida profissional muito jovem. Casei, tive três filhos e, depois da aposentadoria, passei a participar de Oficinas Literárias. Sou poeta e contista, tenho alguns contos premiados em concursos e, por conta destas premiações, fui  convidada a assumir a cadeira 37 na Academia de Artes Ciências e Letras Castro Alves. Depois de fazer oficinas de Contação de Histórias com Celso Sisto, participei do III ° Festival de Contadores de História da Biblioteca Lucila Minssen sendo convidada a fazer parte do seu time de Contadoras em 2010. Participo de Saraus e Contações de Histórias em escolas, clubes, feiras do livro. Sou membro da Confraria Mentes Literárias e até 2018 participei do grupo VivaPalavra. Desde 2017, além de Contadora de Histórias, faço mediação na Casa de Cultura Mario Quintana apresentando o prédio, falando sobre nosso Poeta e recitando seus poemas de cor – par couer – enquanto o visitante vai conhecendo a casa, culminando com um Sarau em que todos tem a oportunidade de ler  ou recitar poemas do seu agrado ou autorais”


Declamação de Poesia

Logo depois, no Mezanino, ouvimos poesia e dados biográficos de Mario Quintana. A seguir, nos dirigimos ao Jardim Lutzenbeguer, à Oficina de arte Sapato Florido, ao Espaço da Discoteca Público Natho Nenn e à Biblioteca Lucília Minssen, sempre acompanhados da guia Maria Helena, que intercalava informações com poesia da melhor qualidade. O Quarto do Poeta e o Acervo Elis Regina foram momentos emocionantes vividos por todos. Ao fim do passeio guiado, uma certeza: para se tornar íntimo da CCMQ, é preciso retornar mais vezes


De repente, sorri, e me veio um gosto de estrelas na boca...

Professora Cristina Rosa


Mariana Gonçalves Paz

A ida à casa de Cultura foi especial.
Foi minha primeira vez naquele ambiente que parecia já me pertencer a tempos. Senti cheiro de paz, o ar transbordava aconchego.
Essa foi a parte que mais gostei do passeio.
Mario Quintana ensinou a simplicidade em sua vida, algo que eu também tento ensinar na minha.
Em um quarto simples, sem muito conforto, mas cheio de amor, inspirava-se. 
Mario Quintana transpirava poesia, se alimentava de amor, era composto de humildade.
Suas poesias?
Simples, mas profundas.
Tocam a alma.
Abalam a estrutura.
Trazem consigo reflexão.
Em um mundo caótico como o atual, precisamos colocar tudo em pause para sentir...
Sentir o amor, a paz, a beleza da simplicidade.
Precisamos de mais poesias, poesia em forma escrita, em forma pintada, em forma falada, em forma de lugar, mas, principalmente, precisamos de poesia em forma de gente.
Poesia é o combustível para a alma, sem ela, apenas sobrevivemos, e não sei você, mas eu quero é viver.
"De repente sorri, e me veio um gosto de estrelas na boca". Mario Quintana