sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Estudantes entrevistam... Dona Lili

As estudantes Isabela Rosa e Jéssica Germann, da 6a Série da EMEF Paulo Freire, aproveitaram a visita pela casa para entrevistar nossa querida Dona Lili, que acompanha crianças e adolescentes em visitas divertidas e poéticas à Casa de Cultura Mário Quintana e à Biblioteca Lucília Minssen!! A entrevista ainda foi para as páginas do jornalzinho da escola!!!  Obrigada meninas pelo carinho!


Confiram abaixo a entrevista:




Entrevista com Lili


No dia 13 de junho, eu, Isabela Rosa, e minha colega Jéssica Germann fomos com a turma 61 da EMEF Paulo Freire à Casa de Cultura Mario Quintana, onde tivemos a oportunidade de entrevistar Carmen Beatriz Henke, a contadora de histórias que interpreta a Lili. Gostaríamos de agradecer à entrevistada e à professora Fábia Vaniz por essa maravilhosa experiência.
ISABELA ROSA E JÉSSICA GERMANN: Em que ano a senhora começou a trabalhar na Casa de Cultura?
LILI: A minha história é bem longa. Eu sempre gostei muito da arte. Tenho duas meninas: Ana e Eugênia. Quando elas eram pequenas, eu me perguntava onde é que eu iria passear com as meninas? Vamos passear na Casa de Cultura. E havia já naquela época o Museu do Brinquedo. Então eu as levava para fazerem oficinas no Museu do Brinquedo, e daí conhecemos a Biblioteca Lucilia Minssen [...]




O tempo foi passando, elas foram para a escola, ficaram adolescentes... E o que adolescente deve fazer? As gurias convidavam as amigas para ficar lá em casa. E daí eu via aquele “ah, mas tu viste aquela menina”. E eu achava muito feio ficar falando dos outros. E disse “Não, não, não. Vamos nos reunir e vamos ler.” E então eu aluguei duas salas aqui na Casa de Cultura e começamos a estudar a obra do Mario Quintana. Iniciamos com a obra “Pé de Pilão”. E com o “Pé de Pilão” a gente foi desenvolvendo, desenvolvendo, e montamos um grupo de teatro da escola, o “Nariz Postiço”. Começamos a fazer teatro na escola, quando vimos já tínhamos um grupo de adolescentes envolvido na leitura do Mario. E assim surgiu, então, essa beleza de trabalho e esse conhecimento compartilhado do grande poeta gaúcho Mario Quintana. Foi em 2001 que nós começamos a trabalhar com o grupo Teatro nas Escolas, Teatro Poesia”[...]
Após a sua resposta, Lili fala da atual situação do grupo de teatro “Trupe da Alegria”, que entre seus integrantes conta com a própria entrevistada, a Lili, com a Lu, que também faz parte da visita guiada na Casa de Cultura e com o William, que interpreta o Mario Quintana em um teatro feito durante a visita guiada.
IR e JG: As visitas do grupo são só para escolas ou são abertas ao público?
Lili: A gente faz para as escolas e se tiver grupos interessados, fazemos também. E aqui na Casa de Cultura Mario Quintana, pela Biblioteca Lucília Minssen, tem o projeto “Era uma vez” de contação de histórias para crianças pequenas, aos sábados.
IR e JG: Qual a sua parte preferida na Casa de Cultura?
Lili: A biblioteca Lucília Minssen no quinto andar.
Lu: O jardim.
William: O quarto do Mario. A gente gosta de tudo.
Lu: A gente gosta de tudo, só pelo fato dela ser rosa.
Os integrantes da “Trupe da Alegria” citam a arquitetura e a beleza da casa que chamam os visitantes para dentro. Lili ainda menciona os cuidados que a casa recebe do diretor e das meninas que trabalham na biblioteca. Ela nos explica, também, que a biblioteca conta com um acervo de livros que data da década de 30 até hoje em dia.
IR e JG: Como é o dia a dia da casa?
Lili: Muita alegria todo dia passando informações do Mario e da Casa. Estudamos bastante, porque a obra do Mario não é para ser lida e entendida em um dia, nem em dois dias. São muitos anos estudando. Eu estudo o Mario há vinte e cinco anos e estou sempre aprendendo.
Neste momento da entrevista, Lili chama o diretor da Casa de Cultura, Jessé Oliveira, para contar como funciona a rotina na Casa.
Jessé: A Casa de Cultura é um centro cultural multidisciplinar que tem todas as manifestações artísticas e funciona sempre de terça a domingo. [...] Tem dois teatros que estão quase sempre abertos, tem apresentações de peças, tem três cinemas lá embaixo, tem três grandes galerias de arte, muitos espaços de ensaio, acontecem oficinas de artes diversas, tem duas bibliotecas também, um restaurante lá no 7º andar, que tem uma vista maravilhosa para o Lago Guaíba. É um lugar muito acolhedor, com muitas atividades. A partir das nove horas da manhã até as nove horas da noite a casa fica aberta, ela não fecha ao meio dia.
Os entrevistados também falam sobre a movimentação na Casa de Cultura,
inclusive dizem que por lá passam cerca de mil pessoas por dia. Também dizem que por lá acontecem muitas oficinas e cursos gratuitos.
IR E JG: Como é interpretar a Lili?
Lili: Quando eu fazia com a minha filha, eu fazia a Lili, a senhora Lili, já adulta. E quando nós chegávamos na Lili Inventa o Mundo, ela era a Lili pequena. [...] Porque eu amo tanto, tanto, tanto o Mario Quintana que ele faz parte da minha vida. Até poeticamente, ludicamente, no imaginário, porque ele é sensacional. E até hoje não se sabe quem foi a Lili. [...] Então eu acho que a Lili é um universo tão grande de poesia que nos enche a alma de alegria, que quando tu começas a estudar, tu queres ser a Lili.
IR e JG: Qual a importância do Mario Quintana, tanto para a cultura gaúcha quanto para nós, adolescentes, que estamos começando a estudar literatura?
Lili: A descoberta. Ele fala da adolescência no livro “Nariz de Vidro”. [...] Ele nem sabe quem ele é, e ao mesmo tempo ele sabe o que ele quer. Então, o Mario é ousado. Ele nos permite sermos ousados, no pensamento, na poesia, no imaginário... E seguir a vida. A vida, quando tu a segues ludicamente, poeticamente, o lirismo transforma qualquer maldade, qualquer crueldade. Adolescentes, descubram Mario Quintana. Que o lirismo na vida vai ser como “o vento na madrugada, como o nevoeiro, que nas noites de nevoeiros os fantasmas passeiam incógnitos... De um sapato que cansado da sua rude existência, descansa no parapeito de uma janela imaginando ser dois barcos à margem tranquila de um açude.”